É uma desforra bem pessoal, a história do menino austista aos 8 anos, anão aos 13, que via o mundo a 1,10 metros do solo. É esse mesmo, Lionel Messi, que botou corpo à base de tratamentos hormonais e que, 59 centímetros depois, encanta o mundo do futebol, naquele jeito singular de conduzir a bola colada ao genial pé esquerdo, como se o couro redondo fosse um mano siamês, uma mera extensão corporal, um órgão vital, inseparável.Por muito talento que tivesse, estaria o rapaz consciente do destino glorioso que lhe estava reservado?
Em 2000, sobrevoou o Atlântico para se curar de uma patologia hormonal. Lá na Argentina, na Rosário natal, os prognósticos médicos eram arrasadores: sem tratamento eficaz contra o nanismo, Lionel chegaria à idade adulta com 1,50 metros, no máximo.
Os diagnósticos alarmaram os Messi. E o custo também: mil euros mensais, ou seja, quatro meses de rendimentos da família de La Heras, um bairro pobre de Rosário. Mas o pai de Lionel não se resignou. Sabia que o filho, pequeno no corpo, era gigante no talento. E não aceitou a fatalidade. Nessa altura, o prodígio de dez anos despontava no Newells Boys, fintando meninos com o dobro do tamanho e marcando gols atrás de gols. O pai sugeriu ao clube que pagasse os tratamentos de Lionel. A resposta foi negativa. E o mesmo sucedeu quando os Messi foram bater à porta do grande River Plate.
Na adversidade, a família Messi teve mais força, com a ajuda de uma tia de Lionel, emigrada na Catalunha. E foi assim, em 2000, ainda antes de completar 13 anos, que Lionel e os pais viajaram até Lérida. Dias depois, o pequeno prodígio foi fazer testes no Barcelona. A enorme habilidade maravilhou os treinadores do Barça.
Carles Rexach, diretor do centro de formação do Barcelona, ficou encantado com o prodigiozinho argentino. Ao cabo de dois treinos, não hesitou e logo tratou de arranjar contrato. E ficou espantado com a proposta do pai do craque: o Barça só tinha de lhe pagar os tratamentos que os médicos argentinos sugeriam. Foi dito e feito.
Durante 42 meses, diariamente, Lionel levou injecções de somatropina, hormônio de crescimento inscrito na tabela de produtos proibidos pela Agência Mundial Antidopagem e só autorizada para fins terapêuticos. Em 2003, o medicamento fez de Lionel o que ele é hoje, um rapagão de 1,69 metros!
No Verão de 2004, aos 17 anos e já com contrato profissional, entrou para a equipe B do Barça. Mas fez só cinco jogos, porque aquele enorme talento não cabia no “Miniestadi”. Pedia palcos maiores. E rapidamente começou a jogar no time principal. Assim começou a lenda.
Alguns anos depois, Messi teve a consagração absoluta. Foi eleito Melhor Jogador do Mundo de 2009, após uma época de sonho, concluída com um feito inédito do Barça “de las seis copas”: campeão de Espanha, da Taça do Rei, da Supertaça Espanhola, da Supertaça Europeia, da Liga dos Campeões e do Mundial de Clubes.
O craque que o Barça contratou pelo custo da terapia de crescimento é, hoje, a maior joia do futebol mundial, segurada por uma cláusula de rescisão de nada menos que 250 milhões de euros! E é, também, o mais bem pago de todos: o menino pobre do bairro de la Heras é, agora, multimilionário, recebendo 33 milhões de euros anuais em salários e publicidade.
“GRANDE LIÇÃO DO PAI QUE NÃO DESISTIU DO SONHO: CURAR O FILHO.”
Não focalizou no problema, mas na solução.
Adaptado da internet.